sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Bocas Displicentes


Todo mundo fala. Uns se comunicam por meio de sons; outros através de gestos. Uns falam pouco; outros falam demais. Uns falam apenas o essencial; outros falam além da conta. Uns preferem guardar as palavras para a ocasião certa; outros como reza o provérbio, dão bom dia a cavalo.

Tem gente que desperdiça horas comentando sobre a vida alheia. Comentários maldosos, ordinários. Suposições vazias e uma ironia irritante. Palpites descabidos.  Quantas especulações, quantas perguntas, quantas sugestões, quantas analises, quantas criticas, quantas reprovações, quantos conceitos...Você vai comer isso?; Será que seu filho não precisa de um psicólogo? ; Você tem que emagrecer; Academia apenas um dia na semana é melhor não fazer!  Coitado, até hoje não conseguiu passar num concurso público! Reparou no jeito que ele me olha. Tenho certeza que não é fiel à esposa. UFA!! RESPIRA!!

E quando resolvem entrar na nossa intimidade. E quando resolvem falar da própria intimidade. E se você não estiver disposto a ouvir. Você nem conhece a pessoa direito, trocou meia dúzia de palavras superficiais. Mas para alguns já é o suficiente para palpitar sobre sua imagem, suas condutas, suas carências, seus investimentos, suas escolhas, suas opções.  

Carecemos - obviamente que me incluo - de economizar nas palavras. De refletirmos se devemos ou não nos pronunciar. Na maior parte das vezes nossas bocas insistem em emitir besteiras totalmente dispensáveis de serem ditas e ouvidas.