segunda-feira, 19 de abril de 2010

A vida vale pelo que se tem ou por aquilo que você é?


Estava, eu, na Livraria Cultura à procura de um bom livro. Foi quando fui atraída pela obra do fabuloso escritor francês Antoine de Saint-Exupéry O Pequeno Príncipe. Deu uma vontade danada, passados alguns anos, de reler esse primor. Cada história, uma mensagem. Cada história, uma filosofia, Cada história, uma poesia. Tem uma passagem no livro que quando era criança achava graça até porque reparava isso nos adultos. Hoje acho triste e mais triste fico por perceber que tudo ainda gira em torno de quantidade. A vida continua valendo pelo que se tem.  Vale compartilhar, relembrar e refletir:

“Se lhes dou esses detalhes sobre o asteroide B 612 e lhes confio o número, é por causa das pessoas grandes. Elas adoram números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. Não perguntam nunca: “ Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas?” Mas perguntam: “Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto seu pai ganha?” Somente assim é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: “Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...”, elas não conseguem de modo algum, fazer uma ideia da casa. É preciso dizer-lhes: “Vi uma casa de seiscentos mil reais.” Então elas exclamam: “Que beleza!”

O romance foi publicado em 1943, mas qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. O pedacinho de gente inteiramente extraordinário é E N C A N T A D O R! Deve ser um livro obrigatório para crianças e “um livro urgentíssimo para adultos”, como disse sabiamente o autor.