quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Agulha e o Palheiro


Existe coisa mais irritante do que procurar um objeto em bolsa de mulher? Quando peço essa missão quase impossível ao meu marido, ele prefere parar uma leitura instigante e ir ao supermercado comprar uma lata de atum.

É quando você está num consultório ginecológico lotado de grávidas a serem próximas e a secretária pede a identidade. Começa a saga. A bolsa repleta de coisas. Você toca em todas as coisas, menos na que é mais urgente. E isso vai causando um estresse sem tamanho. Uma irritação sem medida. Um mal-estar descomunal. E aí num dia de desespero pedi licença para a atendente e virei a bolsa de cabeça para baixo na mesa, como se eu estivesse dando um castigo a ela por estar me fazendo passar por aquela situação constrangedora. A moça até achou graça, as pacientes que aguardavam fizeram cara de quem estava me achando desequilibrada. Quando na verdade era o que eu estava sendo.

Já tentei organizá-la de modo que facilitasse a vida. Colocar moedas no porta-moedas, caneta no “colchete” próprio para guardá-las, celular no bolsinho externo, pó compacto na nécessaire. E o orgulho por ter organizado primorosamente a bolsa dura pouco, para falar a verdade, dura pouquíssimo.

E quase todas às vezes é como encontrar uma agulha no palheiro.