Existe coisa mais irritante do que procurar um objeto em bolsa de mulher? Quando peço essa missão quase impossível ao meu marido, ele prefere parar uma leitura instigante e ir ao supermercado comprar uma lata de atum.
É quando você está num consultório ginecológico lotado de grávidas a serem próximas e a secretária pede a identidade. Começa a saga. A bolsa repleta de coisas. Você toca em todas as coisas, menos na que é mais urgente. E isso vai causando um estresse sem tamanho. Uma irritação sem medida. Um mal-estar descomunal. E aí num dia de desespero pedi licença para a atendente e virei a bolsa de cabeça para baixo na mesa, como se eu estivesse dando um castigo a ela por estar me fazendo passar por aquela situação constrangedora. A moça até achou graça, as pacientes que aguardavam fizeram cara de quem estava me achando desequilibrada. Quando na verdade era o que eu estava sendo.
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