quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É beleza que traz felicidade ou felicidade que leva à beleza?


Vivemos na sociedade dos sarados, da estética. Quanto mais bunda, peitos e pernas melhor. O que comanda hoje é a quantidade de massa muscular que você consegue a duras penas armazenar no seu corpitcho. É o cultivo exacerbado do corpo em detrimento do exercício da mente. Afinal, pra quê exercitar o cérebro se a indústria estética e cultural impõe padrões de beleza que devemos seguir a risca para sermos felizes?

Além da quantidade de músculos, devemos ter também dentes claros, quase transparentes, e alinhados, cabelos lisos e sem pontas duplas, pele macia, as maçãs do rosto sobressalentes, os lábios carnudos, o nariz arrebitado, os cílios grandes e curvos, os pés delicados e a sombrancelha bem desenhada. Se você não tiver todos esses atributos juntos, esqueça que não será aceito. 

É a mídia nos incitando a correr atrás de um cirurgião plástico, de uma dermatologista, de um ortodentista, de um cabeleireiro e de uma esteticista. Eu nem digo que a indústria midiática faz isso de uma forma sutil, sofisticada. É escancarado mesmo. Abusivo. E se você não é centrado, não tem a cabeça no lugar é bem capaz que fique louco com tantas exigências e imposições.

 O lance é: todo desejo, toda busca pela estética é saudável desde que não se torne escravo e se perca a felicidade no meio do trajeto.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Como é difícil!


Já tentei. Mas é com muita frustração que digo: não consigo. Definitivamente não consigo esvaziar a mente. Deixar ela zerada. Sem resquício algum de pensamento. Mesmo depois de ler vários livros do místico espiritual Osho, de achar tudo de lindo cada palavrinha impressa, de achar que sim, eu posso conseguir, de grifar cada pensamento que me leve à reflexão, de dialogar com o meu marido sobre a possibilidade de eu me tornar uma pessoa mais serena. Eu penso tanto que o cérebro até fumaça.

É muito difícil chegar à plenitude, à tranqüilidade da alma quando estamos em meio a concretos, trânsito, contas para pagar, trabalho, pessoas, barulho, casa. Não consigo desligar. A mente é barulhenta, inquieta e me irrita muitas vezes. Acho graça quando alguém diz “sou tranqüila. Quase nada me tira do eixo. O que dá para fazer eu faço, o que não dá fica para depois.” Uau!!! Aí é quando eu penso... esse ser chegou na iluminação tão proferida pelo Osho. Fico ouvindo aquele discurso do No Stress e falando comigo mesma: viu, Luciane, é muito simples ser zen. Que eu não me escute, mas não é nada fácil ser zen.

Presto tanta atenção nessas pessoas de outro planeta que já gravei algumas frases que tento fazer com que entrem por osmose no meu ser: “não deu certo. Ah, que pena. Vamos tentar outra alternativa”; “ ligaram desmarcando? Tudo bem, não tem problema. Quem já espera há mais de um mês, aguardar mais um bocadinho não vai me matar”; “ainda não entregaram o piso? vou dar uma ligadinha na loja para verificar o que aconteceu, querido!”; “esqueceu de entregar o documento? Dá um pulinho lá e resolve isso para a gente”

Nossa, quanta calmaria. É uma paz de espírito que dá até gosto de ouvir. Dia desses estava eu nervosa com uns pepinos para resolver e meu santo marido sugeriu que eu voltasse a ler o livro Aprendendo a Silenciar a Mente. Eu mais irritada fiquei e disse que não conseguia seguir as orientações do mestre indiano. Fiquei até com raiva do coitado do escritor. Que culpa o pobre tem?