Vez ou outra paro no tempo e flagro os meus pensamentos indo longe...muito longe. Lembranças do meu tempo de criança de quando eu brincava de queimada, bete, pique-esconde, banco imobiliário e de boneca.
Saudades de quando minha mãe nos levava a pé para a escola e no caminho um pit stop para um caldo de cana. Na volta, a pipoca do seu Antônio era quase garantida. Saudades de quando o meu pai chegava do trabalho e nos procurava debaixo da cama, atrás da porta, dentro do armário. Saudades das férias na fazenda dos meus avós maternos quando buscávamos o gado no pasto e à noite reuníamos no alpendre para escutar as histórias inusitadas do meu estimado avô. Saudades dos finais de semana que eu e meus “queriduchos” irmãos passávamos na casa dos meus avós paternos onde tudo era permitido, onde tínhamos o melhor café-da-manhã da paróquia. Com direito a ovos mexidos, pão com presunto e queijo, e acreditem se quiser COCA-COLA.
Saudades das férias com meus pais no litoral. Saudades de quando reuníamos a família inteira (primos, tios, avós...) para um churrasco, um aniversário, umas férias. Hoje todos cresceram, a ingenuidade ficou quase imperceptível, os encontros ficaram mais escassos, os assuntos diminuíram, e todos (primos, tios e avós) estão cada vez mais distantes. Não sei, mas quero crer que seja natural.
Não me atenho apenas às lembranças interpessoais. Gosto que minha mente me faça recordar dos Trapalhões, da Turma do Balão Mágico, do pirulito Zorro, das balinhas soft, do clássico conga, da Pakalolo, das sandálias Kenner, das mochilas Company, do antigo e bom Sítio do Pica-Pau-Amarelo, do eterno Chaves, do TV Pirata, do parque Nicolândia, do parque Ana Lídia, da confeitaria Vovovita (me lembro com perfeição do cheiro doce que tomava conta do ambiente), do Atari, do Mega Drive, das propagandas com jingles do Guaraná Antártica, Parmalat e Cremogema.
Muita gente define a nostalgia como uma tristeza profunda causada por saudades. Tristeza por concretizar que certas etapas da vida estão encerradas, e que nada pode trazê-las de volta. Eu discordo totalmente. Para mim, é uma alegria lembrar de momentos tão intensos, tão marcantes, tão engraçados, tão lúdicos e que foram muito importantes para o meu crescimento pessoal.
Ser nostálgica me faz um bem ENORME!
3 comentários:
Poxa Lu, sua nostalgia me trouxe as minhas próprias lembranças, que em muito coincidem com as suas e que também me trazem grande felicidade de saber que passei por coisas tão delicioas. Minha família, os fins de semana na fazenda, os bolinhos de chuva feitos pela minha avó angelical, o bife feito no fogão à lenha, na frigideira de ferro com um furo no meio, de tão gasta, e ao qual atribuíamos o gosto especial. Hoje, a minha nostalgia nem precisa ir tão longe, à infância. Minha nostalgia é a saudade de casa, da minha cidade, da seca, do cerrado, dos meus melhores amigos, dos caninos, da preocupação com o pai, da minha felicidade pela felicidade dele. Enfim, vou parar por aqui pq o blog é seu! Se eu continuar escrevendo, vou criar um blog dentro de outro!
Lu, muito bom o que escreveu. Está me surpreendendo...
Mas ao contrário de você, nostalgia não combina comigo. Eu gosto do hoje, do agora. Prefiro assistir ao LOST do que ver os Trapalhões. Prefiro japanese food do que o antigo pirulito zorro e nada melhor do que um Ermenegildo Zegna à antiga Pakalolo (rsrsrs).
Abraço
Romulo
Otimo texto e você nem é tão velha assim,rs rs rs. Definitivamente seu melhor texto, na verdade é uma otima cronica. beijo minha colega e companheira na luta por alguma coisa que nos arrebate no cotidiano desse mundo de conformados, adaptados e acomodados.
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