quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quanto Privilégio!!



Estava eu devendo uma informação para RF. Liguei para a persona e informei a profissão do fulano: motorista. E quando me referi à esposa do fulano eu disse: ela não trabalha, é dona-de-casa. Do outro lado RF me corrigiu: então ela trabalha, e muito. Talvez mais do que muita gente com diploma na mão. Confesso que fiquei até ruborizada na hora.

De fato, RF está coberto de razão. A verdadeira dona-de-casa é cheia de tarefas diárias. A querida da minha mãe exerceu e exerce esta função com muito orgulho e nós, filhos, temos a maior admiração e gratidão por ela. Tivemos o privilégio – eu e meus irmãos fofos – de passarmos infância, adolescência e fase adulta bem pertinho da nossa mama. E como foi fundamental...conviver com o amor e dedicação full time.  Porque ela não era do tipo dondoca: ficava em casa, com uma empregada a tiracolo, vivia em salão de beleza e clínica de estética. Ela fazia e faz muito bem o nobre ofício.  Levava os filhotes na natação, escola, aulas de inglês, ginástica olímpica (euzinha), dentista, casa dos amigos para trabalhos extracurriculares e administrava as compras de supermercado. Tinha secretária, mas fazia questão de preparar o almoço da família. E quando a secreta resolvia pirar e ir embora, a mamys também limpava a casa, lavava e passava roupa e cuidava do monte de louças que se acumulava após as refeições.

O zelo com a casa, filhos e maridão sempre foi o forte da minha mãe.  Lembro-me dos nossos uniformes, sempre beeeem branquinhos. O conga (aquele calçado feio pra caramba. Alguém se lembra?) tinha de estar nos trinques. Eu sempre queria ir para a escola com um penteado diferente, e mama também desempenhava a função de cabeleleira. E haja paciência, pois muitas vezes eu cismava que a trança estava torta e daí tinha de ser refeita.

Fora isso tudo, havia o carinho, o aconchego, o diálogo, o conselho, o colo de mãe (insubstituível), que não troco por nadinha nesse mundo. Valeu muito a pena.  Mas registro que a presença materna tão intensa em nossas vidas, só foi possível graças ao papis que conseguiu sozinho sustentar financeiramente a casa. Sou profundamente grata aos dois!!

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