Desde muito pequena sempre tive curiosidade pela casa alheia. Gostava de observar minuciosamente cada detalhe. Lembro que minha mãe me olhava torto quando eu começava a perambular, calmamente, pelo lar doce lar das pessoas. Bom pelo jeito não adiantou. O design, as cores, os móveis, os objetos de decoração, nada passava despercebido. Isso porque as habitações nada mais são do que o reflexo do nosso modo de viver, da nossa personalidade, energia e alma. Para mim, a casa é um ser vivo, composto de anatomia e fisiologia particulares, o que me chama muito a atenção.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Casa alheia
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Eu não queria, mas por enquanto dependo...
Eu tenho a necessidade da aprovação dos outros. Tudo o que faço espero um sinal de que está tudo lindo, tudo up, tudo azul. Sim, sei que é uma fraqueza, mas fazer o quê meu bem? Não há meio de ser diferente, ainda. Quando percebo lá estou eu feliz ou triste dependendo da oscilação de humor, da simpatia e da sensibilidade do outro.
E quando você vai todo faceiro mostrar a uma pessoa que considera muito querida algo que pensou, planejou e concretizou com tanto carinho e esse mesmo ser não diz uma palavra. Apenas um tímido e pouco sonoro uhum! O que é isso minha gente, me dá uma tristeza danada.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Quatro anos!!!
Dia especial! Daí é quando a gente olha para o lado e vê aquela pessoa que você escolheu a dedo para ser seu parceiro, seu amigo, seu porto-seguro. É quando a gente pára tudo e percebe o quanto é importante para o outro independente das oscilações de humor. É quando a gente respira fundo com alívio singular de quem tirou a sorte grande.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
É beleza que traz felicidade ou felicidade que leva à beleza?
Vivemos na sociedade dos sarados, da estética. Quanto mais bunda, peitos e pernas melhor. O que comanda hoje é a quantidade de massa muscular que você consegue a duras penas armazenar no seu corpitcho. É o cultivo exacerbado do corpo em detrimento do exercício da mente. Afinal, pra quê exercitar o cérebro se a indústria estética e cultural impõe padrões de beleza que devemos seguir a risca para sermos felizes?
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Como é difícil!
Já tentei. Mas é com muita frustração que digo: não consigo. Definitivamente não consigo esvaziar a mente. Deixar ela zerada. Sem resquício algum de pensamento. Mesmo depois de ler vários livros do místico espiritual Osho, de achar tudo de lindo cada palavrinha impressa, de achar que sim, eu posso conseguir, de grifar cada pensamento que me leve à reflexão, de dialogar com o meu marido sobre a possibilidade de eu me tornar uma pessoa mais serena. Eu penso tanto que o cérebro até fumaça.
É muito difícil chegar à plenitude, à tranqüilidade da alma quando estamos em meio a concretos, trânsito, contas para pagar, trabalho, pessoas, barulho, casa. Não consigo desligar. A mente é barulhenta, inquieta e me irrita muitas vezes. Acho graça quando alguém diz “sou tranqüila. Quase nada me tira do eixo. O que dá para fazer eu faço, o que não dá fica para depois.” Uau!!! Aí é quando eu penso... esse ser chegou na iluminação tão proferida pelo Osho. Fico ouvindo aquele discurso do No Stress e falando comigo mesma: viu, Luciane, é muito simples ser zen. Que eu não me escute, mas não é nada fácil ser zen.
Presto tanta atenção nessas pessoas de outro planeta que já gravei algumas frases que tento fazer com que entrem por osmose no meu ser: “não deu certo. Ah, que pena. Vamos tentar outra alternativa”; “ ligaram desmarcando? Tudo bem, não tem problema. Quem já espera há mais de um mês, aguardar mais um bocadinho não vai me matar”; “ainda não entregaram o piso? vou dar uma ligadinha na loja para verificar o que aconteceu, querido!”; “esqueceu de entregar o documento? Dá um pulinho lá e resolve isso para a gente”
Nossa, quanta calmaria. É uma paz de espírito que dá até gosto de ouvir. Dia desses estava eu nervosa com uns pepinos para resolver e meu santo marido sugeriu que eu voltasse a ler o livro Aprendendo a Silenciar a Mente. Eu mais irritada fiquei e disse que não conseguia seguir as orientações do mestre indiano. Fiquei até com raiva do coitado do escritor. Que culpa o pobre tem?
quinta-feira, 22 de julho de 2010
A Agulha e o Palheiro
Existe coisa mais irritante do que procurar um objeto em bolsa de mulher? Quando peço essa missão quase impossível ao meu marido, ele prefere parar uma leitura instigante e ir ao supermercado comprar uma lata de atum.
É quando você está num consultório ginecológico lotado de grávidas a serem próximas e a secretária pede a identidade. Começa a saga. A bolsa repleta de coisas. Você toca em todas as coisas, menos na que é mais urgente. E isso vai causando um estresse sem tamanho. Uma irritação sem medida. Um mal-estar descomunal. E aí num dia de desespero pedi licença para a atendente e virei a bolsa de cabeça para baixo na mesa, como se eu estivesse dando um castigo a ela por estar me fazendo passar por aquela situação constrangedora. A moça até achou graça, as pacientes que aguardavam fizeram cara de quem estava me achando desequilibrada. Quando na verdade era o que eu estava sendo.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A vida vale pelo que se tem ou por aquilo que você é?
Estava, eu, na Livraria Cultura à procura de um bom livro. Foi quando fui atraída pela obra do fabuloso escritor francês Antoine de Saint-Exupéry O Pequeno Príncipe. Deu uma vontade danada, passados alguns anos, de reler esse primor. Cada história, uma mensagem. Cada história, uma filosofia, Cada história, uma poesia. Tem uma passagem no livro que quando era criança achava graça até porque reparava isso nos adultos. Hoje acho triste e mais triste fico por perceber que tudo ainda gira em torno de quantidade. A vida continua valendo pelo que se tem. Vale compartilhar, relembrar e refletir:
“Se lhes dou esses detalhes sobre o asteroide B 612 e lhes confio o número, é por causa das pessoas grandes. Elas adoram números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. Não perguntam nunca: “ Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas?” Mas perguntam: “Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto seu pai ganha?” Somente assim é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: “Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...”, elas não conseguem de modo algum, fazer uma ideia da casa. É preciso dizer-lhes: “Vi uma casa de seiscentos mil reais.” Então elas exclamam: “Que beleza!”
O romance foi publicado em 1943, mas qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. O pedacinho de gente inteiramente extraordinário é E N C A N T A D O R! Deve ser um livro obrigatório para crianças e “um livro urgentíssimo para adultos”, como disse sabiamente o autor.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Foi Por Amor
Gente!!!!!!!!!! Esta tenho que contar. Tenho visto e me recordado com certa freqüência dos playmobils, aqueles pequeninos bonecos com partes móveis e uma série de objetos que se integram compondo cenários, sempre dentro de uma temática específica: polícia, naves espacias, fazendinha, Velho Oeste, barcos.
Eu adorava, mas quem gostava mesmo eram os meus queriduchos irmãos. Ficavam horas a fio na sala de televisão dando asas à imaginação. Ali, eles permitiam que minha mãe fizesse outras tarefas sem se preocupar com os filhotes. Porque criança não é mole! Qualquer descuido e...ops!
Enquanto eles se divertiam com os playmobils, eu brincava de boneca na casa da vizinha. Até aí tudo ok! Nada demais! Mas a minha amiga tinha um irmão que era alucinado pelos bonecos miniaturas e tinha mais ou menos umas quatro dúzias dessas pecinhas. Sem exagero.
Então era assim: de um lado brincávamos de boneca e de outro, o menino com aquele montão de bonecos e seus acessórios espalhados pelo chão do quarto. Foi quando me deu um estalo. Puxa...se eu pegar unzinho, ele nem vai dar falta. E meus irmãos vão ficar mega felizes. Nesse dia eu só pensei não coloquei meus planos mirabolantes em prática.
No dia seguinte, estrategicamente – sim, porque crianças pensam – fui para casa da minha amiga de short com bolsos na lateral. Advinha?? É isso aí quem desconfiou que eu, no alto dos meus 6 aninhos, cometeria... um pecadinho. Cheguei desconfiada como quem não quisesse nada e, de repente, aquela mãozinha boba começou a “pinçar” os bonequinhos de apenas três polegadas. Inicialmente havia pensado em apenas um, mas eles eram tão miudinhos que ninguém perceberia se pegasse dois, ou talvez três, ou quem sabe quatro. Por fim os meus bolsos ficaram abarrotados. Chegava em casa e escondida da minha mãe tchanããã...fazia a surpresa e a alegria dos meus irmãos. Eu falava: “ Advinha o que a lulu trouxe para vocês?? Aí eu ia tirando um por um do bolso. Parecia uma mágica. Os olhinhos deles brilhavam. Foi assim, durante dois dias. Eu me sentido a supra sumo!
Mas a felicidade durou pouco (ainda bem, né?) minha mãe descobriu que a coleção dos meus irmãos estava aumentando e quis, lógico, saber quem os estavam presenteando. Eles nem pestanejaram. Responderam inocentes, enfática e alegremente “Nossa irmã”. Vixi...o tempo fechou. Minha mãe me deu uma longa lição e me fez voltar na casa da minha amiga e devolver UM por UM. E olha...foram muitos. Que vergonha!!
Graças a minha mãe e ao meu pai aprendi desde pequenininha que o crime não compensa, definitivamente.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Desejo de ser...
O desejo de ser mãe está cada vez mais latente. E quando pensamos estar preparadas para gerar e amar incondicionalmente um ser tudo muda, tudo se transforma. Nossas sensações, percepções, atenções estão cada vez mais voltadas para os pequenos. Ok, eles sempre existiram. Mas o que estou tentando dizer é que ao optarmos pela maternidade, os fofuchos e o assunto gravidez se multiplicam a nossa volta.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Que Tal Colorir?
Um dia você está aqui desfrutando de tudo o que a vida tem a oferecer.
É um mundo inteirinho ao seu alcance com uma infinidade de possibilidades, de coincidências, de acertos, de dúvidas, de erros, de arrependimentos, de encontros e de desencontros. Cabe a cada um decidir que caminho seguir. É quando me lembro de uma frase de Chico Xavier: “No instante do testemunho, estaremos sempre sozinhos, com as nossas aquisições íntimas. Não haverá quem nos possa defender de nós mesmos, do remorso pelo que fazemos ou deixamos de fazer”.